quinta-feira, 27 de março de 2014

Acreditar



 Autor Thiago D. Trindade







A lição aprendida por Tomé é uma grande realidade para nós, que não convivemos com a presença material de Jesus, mas acreditamos em sua existência e ensinos.

Jesus não é invisível, pelo contrário.

Nós, porém, O deixamos invisível por conveniência.

Mas... pensemos...

Quantas vezes desafiamos o Cristo, senão o próprio Deus, quando queremos algo difícil de conseguir?

“Se Deus existe, eu terei o que quero!”

“Jesus, se você está aqui, me ajude!”

Essas duas afirmativas, muitas vezes ditas mundo a fora, realça o argumento de que todos somos “Tomés”, já que condicionamos nossa crença a uma prova de cunho comercial. Aliás, esse é o tipo de coisa – o toma lá dá cá – que leva muitas pessoas a abraçar as trevas.

Intimamos o Excelso Mestre e o próprio Criador a nos servir de forma ignóbil, egoísta.

Desafiamos para aplacar nosso orgulho, como Tomé fez.

Como temos de evoluir!

Se caímos, creditamos nossa fugaz e dolorosa derrota ao desleixo de Deus e de seu Filho Mais Velho.

Ainda bem que Deus e Jesus são substanciados por Amor, caso contrário...

Jesus veio à Terra para ensinar o Amor Verdadeiro. Como citei antes, um trabalho de Paciência, Humildade, Perseverança e Fé.

Todos nós, praticamente, em algum momento de nossas vidas, fomos (ou somos) tal como Tomé. Pela simples razão de sermos céticos a quase tudo que se relaciona a Fé.

Tomé seguiu Jesus por três anos, comendo com Ele, rindo com Ele, aprendendo com Ele.

No entanto, as evidências apontam da incredulidade do homem que vira o Mestre multiplicar pães, acalmar tempestades, curar leprosos, despertar Lázaro e a filha de Jairo do “sono mortal”.

Sendo ligeiramente irônico, podemos afirmar que Tomé só gostava de acompanhar Jesus pelo agito que Ele causava. Digo isso, pois se nem o episódio do Gólgota, o agente transformador para os discípulos, funcionou para aquele que era chamado de Dídimo.

Tomé não acreditou nem mesmo quando seus companheiros, que antes ouviram de Maria de Magdala – a primeira a rever o Mestre – que o Cristo retornara diante de seus olhos angustiados (João, 21: 19-22).

Desafiador, o discípulo bradou que só acreditaria se tocasse nas feridas de Jesus (João, 21:25).

Dias depois (João, 21:26) Jesus surgiu diante de Tomé e o advertiu duramente, conforme registrou João (21: 27 e 29), e o cético põe seus dedos nas feridas do Cristo de Deus.

Com a lição dada, cabe a nós fazer valer a Lei através do empenho – e êxito – em vencermos a nossas más inclinações.

E se nós, por preguiça, permanecemos parados?

Com amor, recebemos umas broncas, como todo pai e mãe zelosos fazem com seus rebentos teimosos.

“Bem aventurados os que não viram e creram”

Com essa simples frase, observada no livro do Evangelista João, o Mestre lembrou a Tomé quem Ele era. O que era apresentar feridas no corpo, para o vil toque curioso, se comparado a tudo que o próprio Dídimo participara como coprotagonista ao lado do Cristo?

Pois é.

Nos apegamos a mesquinharias e nos recusamos a avaliar nossa própria história e encontrar nela a Bondade Divina.

Temos o Consolador Prometido nas mãos. É preciso sentir o Consolador em nossos corações.

Acreditar de verdade.

Acreditando de verdade nos Ensinos do Mestre, será irrefreável a vontade de trabalharmos na causa do Cristo.

Acreditar é doar-se ao próximo com gestos e sentimentos, seja para quem for, e de preferência para aqueles que são tão ou mais enfermos do que nós.


Acreditar de verdade é permitir que a Luz do Cristo brilhe dentro de nós.

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